Carlos Quispe Quispe, Bolívia
Faleceu em consequência de um golpe que recebeu quando desconhecidos o agrediram no estúdio da rádio Municipal de Pucarani, a 50 km de La Paz, Bolívia. Enquanto criminosos destruíam os equipamentos da estação de rádio (misturador de som, computador de controle das transmissões, cabine de locução), Carlos Quispe era agredido e espancado com paus e chicotes. Sua agonia durou dois dias. Ele tinha 31 anos e cursava o último ano da faculdade de Comunicação.
Tudo começou nas ruas, em um protesto contra o prefeito da cidade, Alejandro Mamani. Cerca de 300 pessoas haviam se reunido em frente à prefeitura. Os manifestantes foram ficando cada vez mais acalorados e furiosos até que invadiram o prédio. A rádio ficava no térreo.
Quando a multidão invadiu o prédio, passou destruindo tudo que encontrava à sua frente. Um diretor do Comitê de Vigilância de Pucarani viu o jovem repórter e deu o grito de guerra: “esta é a boca que fala!”, acusou. As pessoas se lançaram em cima dele. Mais tarde, Julio Quisberth negou sua participação no incidente, não compareceu quando foi intimado pelo juiz de El Alto como principal acusado, e desapareceu do lugar. Outros acusados (inclusive alguns vereadores) forem acusados pela destruição, mas não pela morte de Quispe, e confessaram “temer por suas vidas”.
O caso foi classificado como sendo de “investigação demorada” devido a “problemas de jurisdição”: o crime ocorreu em Pucarani, foi para o tribunal de El Alto, e depois para Achacachi. Passou pelas mãos de cinco promotores, mas o crime continua sem punição.
Além de fazer suas próprias investigações por meio da sua Unidade de Resposta Rápida, a SIP apresentou o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em uma tentativa de conseguir influenciar o governo da Bolívia para que se faça justiça.
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