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Elizabeth Obando Murcia
11 de julho de 2002

Caso: Elizabeth Obando Murcia



A única coisa que posso lhe dizer agora é que o comandante das FARC proibiu a venda do jornal aqui:

1 de agosto de 2003
Proyecto Impunidad

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De seu próprio punho, em 3 de março de 2002, Elizabeth Obando, chefe de distribuição do jornal El Nuevo Día em Roncesvalles, departamento de Tolima, escreveu ao supervisor de agências do jornal: “... Não pude lhe telefonar porque não posso falar nada por telefone. A única coisa que posso lhe dizer agora é que o comandante das FARC proibiu a venda do jornal aqui...”.

Elizabeth Obando referia-se ao fato de Donald, apelido do chefe da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) na região, ter lhe ameaçado de morte caso continuasse distribuindo o jornal para o povo de Roncesvalles.

Por causa das ameaças e da situação de risco que representavam para Elizabeth, decidiu-se suspender a distribuição do jornal, mas Donald cumpriu sua ameaça. Em 11 de julho de 2002, o ônibus em que Elizabeth viajava, voltando de Ibagué para Roncesvalles, foi interceptado por um grupo armado que a fuzilou.

“Elizabeth agonizou por várias horas abandonada na estrada até que os criminosos permitiram que fosse transferida para o hospital San Rafael de Giradot, onde ela morreu em 13 de julho”, informou à SIP Antonio Melo, diretor do El Nuevo Día.

Como lembra Melo, o chefe guerrilheiro do local havia ameaçado Elizabeth na praça pública do município por causa da publicação de vários artigos no jornal que “relatavam os abusos e opressão exercidos pelas FARC sobre os habitantes dos municípios dessa região do país”.

Os artigos foram publicados em diversas datas na primeira página do jornal. O primeiro deles, de 21 de setembro de 2001, tinha o seguinte título: FARC fariam “reforma agrária em Roces”. O El Nuevo Día denunciou que os moradores “estariam sido expropriados de seus bens pelas FARC”. No dia seguinte, o jornal denunciou que a chamada “reforma agrária” das FARC estendia-se ao município de Chaparral, também em Tolima. Um mês depois, em 21 de outubro, também na primeira página, o El Nuevo Día publicou que as FARC estariam recrutando crianças que seriam treinadas em um campo de treinamento.

No início de 2002, o jornal denunciou que 8 mulheres de Roncesvalles tinham sido obrigadas pela frente 21 das FARC a passear pelo município com cartazes presos no pescoço nos quais se lia: “por chuleras”, uma alusão a quem se relaciona com o pessoal do Exército.

Depois do assassinato de Elizabeth, o jornal continuou com suas denúncias por considerar que esta seria a melhor homenagem a uma mulher que todos reconhecem por seu trabalho e o modo como ajudava os outros.

TOLIMA E EL NUEVO DÍA

Tolima é um departamento situado no centro da Colômbia que tem um milhão e quatrocentos mil habitantes. Sua capital é Ibagué.

A principal atividade econômica é a agropecuária, principalmente o cultivo de café, algodão, arroz e sorgo. Há também uma importante produção pecuária e a indústria têxtil se fortaleceu nos últimos 15 anos.

O El Nuevo Día foi fundado em 1992, e é o único jornal regional. Recebeu três prêmios nacionais de jornalismo. Sua equipe jornalística já passou por situações de perigo. A sala de redação recebe constantes ameaças escritas e telefônicas de grupos guerrilheiros, paramilitares, da delinqüência comum e de setores da corrupção. Isso fez com que alguns de seus jornalistas abandonassem a região e outros saíssem do país.

Elizabeth Obando era a mais nova de três irmãos. Tinha uma loja de roupas e distribuía o El Nuevo Día na região. Na sua casa se hospedavam os padres da paróquia do local e era ela quem fornecia o dinheiro necessário para o pagamento dos professores quando os recursos não chegavam a tempo para garantir a continuidade da educação em Roncesvalles.

A investigação para descobrir o autor ou autores do assassinato de Elizabeth não avança. Nenhum suspeito foi detido.

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