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O promotor da Vara de Justiça de Caicó, Geraldo Rufino de Araújo Júnior, entregou ontem, dia 4 de abril de 2001, a denúncia contra João Francisco dos Santos, conhecido por Dão, e contra o comerciante Lailson Lopes pelo assassinato do jornalista Francisco Gomes de Medeiros, o F. Gomes, ocorrido em 18 de outubro de 2010.
O juiz da Vara Criminal de Caicó, Luiz Cândido de Andrade Villaça, aceitou a denúncia e marcou a data para ouvir as testemunhas do caso. Será no próximo dia 3 de maio, a partir das 9h.
O inquérito, que havia sido concluído ainda em dezembro de 2010 com o indiciamento de três pessoas pelo crime: Dão, Valdir Souza do Nascimento, e um terceiro homem que estaria foragido - teve uma reviravolta no início deste ano.
Foi preciso fazer um aditamento à denúncia anterior. Novas investigações realizadas apontaram para Lopes como provável autor intelectual do assassinato e eliminaram Nascimento do caso.
O motivo do crime seria o fato de Lopes ter se sentido prejudicado quando F. Gomes divulgou a notícia de que sua loja de venda de celulares encobria ações criminosas. Na época, Gomes trabalhava na Rádio Rural da igreja, onde também era funcionária a mulher do comerciante.
Uma outra hipótese para o crime é que Lopes tenha se sentido incomodado com a amizade entre sua mulher e Gomes. O comerciante chegou a entrar com uma ação cível contra o jornalista no início do ano, mas foi julgada improcedente. No momento em que foi preso, Lopes estava em liberdade provisória – já havia sido acusado de receptação e estelionato.
Desde o princípio, o delegado Ronaldo Gomes de Moraes, diretor da Divisão Especializada de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), acreditava que havia mais gente envolvida além de Dão, acusado de ter disparado os tiros contra o radialista.
Em um primeiro momento, devido a declarações de Dão, chegou a se suspeitar que Nascimento fosse o mandante do crime, e que teria ordenado a morte do radialista de dentro do presídio. Mas quando foi feita a quebra de sigilo telefônico, a polícia descobriu que Dão e Lopes haviam trocado telefonemas minutos antes e depois do assassinato. Outros indícios apontam Lopes como o possível autor intelectual do crime, argumentou o promotor.
Em virtude da importância e da repercussão do caso, o promotor solicitou ao juiz que as audiências, que são públicas, sejam transferidas para uma sala maior, de forma que possam ser acompanhadas pelos meios de comunicação.
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