Quarenta organizações de mídia – incluindo a Abraji – assinaram a Declaração de Londres (London Statement) no Simpósio para Respostas da Mídia em Questões de Vida ou Morte, dia 18 de outubro. Com oito pontos, o documento inclui considerações sobre o engajamento com o Plano de Ação da ONU para segurança de jornalistas e contra a impunidade.

Entre os demais signatários, estão BBC, CNN, Al Jazeera, Globo, La Stampa e The Guardian.

A Abraji recebeu destaque durante o simpósio, organizado pelo Centro para Liberdade para a Mídia e pelo College of Journalism da BBC. Veridiana Sedeh, consultora da Abraji, esteve presente no encontro e falou sobre a ação da Associação em relação ao Plano de Ação da ONU para segurança e contra a impunidade, que é apoiado pela declaração londrina.

Veridiana relatou como os jornalistas brasileiros ficaram chocados ao ver que o governo do país impediu a aprovação do Plano de Ação da ONU.

Ela também mencionou que a Abraji lamentou a decisão do governo e que essa história se espalhou pela mídia brasileira. O governo reviu sua decisão rapidamente, declarando suporte ao plano.

A partir de então a Abraji contribuiu para o Plano de Ação da ONU a convite do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). A associação convocou diretores e associados para discutir a proposta.

Lançamento em novembro

O estatuto será apresentado formalmente em novembro, durante o Encontro Interagências para Segurança de Jornalistas e Impunidade da ONU, junto com um vídeo contendo trechos do Simpósio em Londres. O propósito será formular uma estratégia de implementação do Plano de Ação para segurança de jornalistas e contra a impunidade para 2013-2014. O encontro acontecerá em Viena, de 22 a 23 de novembro.

O simpósio de Londres

Lideranças e jornalistas dos principais veículos internacionais debateram o aumento das mortes, violações e prisões de jornalistas ao redor do mundo. A Open Society Foundations providenciou suporte para o evento.

O diretor de Liberdade de Expressão e Desenvolvimento de Mídia da UNESCO, Guy Berger, abriu o seu discurso do simpósio dizendo que “o aumento da lista de jornalistas assassinados mostra que o exercício do direito humano fundamental de liberdade de expressão está se tornando cada vez mais perigoso” e que é preciso multiplicar esforços para mudar essa tendência. Ele alertou também para o temor que impede cidadãos e fontes de informação de se expressarem.

O Banco Mundial poderá se juntar a delegações de certos países para pressionar os governos a acabar com a impunidade, que muitas vezes evita que oficiais públicos tenham que responder à justiça.

Em setembro, a 21ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou a primeira resolução global para segurança de jornalistas. O Conselho, formado por 47 estados membros, aprovou a Resolução 1.738, que apela aos países que “promovam um ambiente seguro que permita que os jornalistas exerçam o seu trabalho de forma independente” e para combater a impunidade.

Quem assinou a Declaração de Londres:

Fórum de Editores Africanos; Artigo19; Associação de Televisão Comercial da Europa; BBC Global News; Blue Dot Treinamento de Segurança; Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo); Centro para Liberdade da Mídia, Universidade de Sheffield; Universidade de Londres; CNN, Colombo Telegraph, Sri Lanka; Associação dos Jornalistas da Commonwealth; Grupo de Mídia da Commonwealth; Commonwealth Press Union Trust; Jornal Dawn, Paquistão; European Broadcasting Union; Federação de Jornalistas Africanos; Frontline Club, London; Global Rolling News Live; Globo, Brasil; The Guardian; Sedat Ergin, Jornal Hurriyet, Turquia; International News Safety Insitute (INSI); Instituto Internacional de Imprensa; El Siglo de Torreon, México; Jornal La Stampa; Iniciativa de Defesa Legal da Mídia; União Nacional de Jornalistas das Filipinas; Sky News; União Nacional dos Jornalistas da Somália; Sociedade dos Editores, Reino Unido; Radio Netherlands Worldwide; Radio Free Europe/Radio Liberty; Thomson Reuters; World Association of Newspapers (WAN-IFRA); Fórum Mundial de Editores; Jornalista Dawood Azami; Ivor Gaber, jornalista e representante da UNESCO no Reino Unido;
Anabel Hernandez, jornalista mexicana;
Emin Milli, escritor do Ajerbaijão; Hamid Mir, apresentador da Geo TV, Paquistão.