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Jorge Vieira da Costa
30 de março de 2001

Caso: Jorge Vieira da Costa



Acusados do crime contra radialista têm julgamento marcado:

21 de setembro de 2005
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A família do radialista Jorge Vieira da Costa, baleado em 23 de março de 2001 em Timon, no Maranhão, teme que o crime fique impune. Três pessoas que haviam sido apontadas pelo inquérito policial por envolvimento na morte de Vieira conseguiram “trancar” as ações que havia contra elas na Justiça, alegando falta de provas. O Ministério Público recorreu da decisão junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o recurso ainda não foi julgado. Outros três acusados estão com o julgamento marcado para o dia 28 de setembro: Geraldo da Silva e Silva (que teria atirado contra o jornalista; era guarda-costas do então prefeito de Timon Francisco Rodrigues de Sousa); Raimundo Teles de Sousa Vidal (que estaria pilotando a moto no dia do crime) e João Matias Pinheiro, conhecido como João do Poço (policial militar de Piauí, que teria tomado emprestada a motocicleta usada no crime).

José Afonso, irmão de Vieira, disse que há um boato na cidade de que os jurados deste julgamento estão sendo contatados por pessoas ligadas ao prefeito e desconfia que haja uma pressão muito grande para que os acusados sejam absolvidos.

Quanto aos que tiveram as ações suspensas, o promotor Marco Antônio Camardella da Silveira, da 3ª Promotoria de Timon, acredita que, apesar do trancamento dos processos, há provas suficientes contra Maria Deusa Pires da Silva (funcionária da Prefeitura que teria ido apanhar e levar a arma do crime), Maria Bernadete Ferreira de Sousa (conhecida como Beta Leitoa, na época secretária de Ação Social e mulher do prefeito de Timon) e Dolival Pereira de Andrade (na época secretário de administração de Timon), esses dois últimos suspeitos de serem os autores intelectuais da morte de Vieira. Segundo o promotor, uma testemunha relatou ter ouvido a mulher do prefeito perguntar pelo resultado da ação. “Estão querendo que provas além desta? Escritura em cartório para matar? Pegar só a raia miúda é muito fácil”, observou.

Em 14 de julho de 2005, a SIP tentou um contato por telefone com Francisco Rodrigues de Sousa e sua mulher, Maria Bernadete Ferreira de Sousa, para comentarem a acusação de envolvimento no crime. José Raimundo da Silva, que se apresentou como assessor de imprensa dos dois, argumentou que o nome do ex-prefeito e sua mulher foram colocados “de forma indevida” no processo, pois faltam provas. “O crime é uma questão política”, observou Silva. No tempo em que Vieira ficou no hospital, pouco antes de morrer, em nenhum momento falou a sua família que o assassino era o ex-prefeito ou sua mulher, acrescentou. O assessor disse que o ex-prefeito daria retorno às ligações da SIP, mas não deu.

Jorge Vieira da Costa apresentava um programa polêmico na Rádio Tropical (já extinta) em Teresina, Piauí, mas também muito ouvida em Timon, cidade vizinha que fica no Estado do Maranhão. Em seu programa, costumava fazer críticas à administração do então prefeito de Timon, Francisco Rodrigues de Sousa, conhecido por Chico Leitoa. O radialista era fanático por política e seu grande sonho era ser vereador. Uma vez chegou a ser suplente. Ele visitava hospitais em Timon e cobrava pela rádio que fossem tomadas providências. Achava que as ruas eram muito sujas e mandava um recado para a Prefeitura: “Meus Deus, será que não vê que o pessoal precisa de saúde, limpeza?”.

A família conta que, às vezes, ele tentava ouvir a resposta do prefeito, a quem chamava de “moleque”, “Nero de Timon” ou “Hitler”. Uma fita de um de seus últimos programas mostra que ele foi ainda mais agressivo: disse que o prefeito não valia nada, e colocou o som de um porco roncando (referência ao apelido do prefeito, Chico Leitoa). Esse programa foi ao ar em 20 de março de 2001. No dia 23, Vieira foi baleado e morreu sete dias depois no hospital.

O radialista havia recebido ameaças de morte antes, conforme apuraram seus irmãos. A Polícia Federal tem a gravação de um programa em que ele dizia estar sendo ameaçado e que iria à 1ª Delegacia de Polícia de Timon registrar queixa. Uma pessoa, num telefonema anônimo, teria lhe mandado calar a boca, ou seu “final” seria muito triste. Ele respondeu que Jesus estava com ele, que não usava arma, não tinha medo.

Para chegar aos suspeitos da morte do radialista, a polícia teve a ajuda de testemunhas. Uma delas procurou José Afonso, irmão de Vieira, e contou onde estavam a arma e a moto usadas na ocasião. A investigação levou posteriormente a outra testemunha que contou como o revólver usado no crime havia sido entregue ao assassino numa caixa de bombom por uma funcionária da Prefeitura,

A família de Vieira está empenhada em esclarecer o crime. Em 2003, quando o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, esteve de passagem pelo aeroporto de Teresina, a irmã do radialista, Maria Helena, foi pessoalmente pedir que agilizasse o processo. “A Justiça, no Brasil, só é justa para quem tem dinheiro”, reclamou José Afonso. Os irmãos também consideram também muito estranho que, um tempo depois do crime, a ex-mulher do radialista, Regina, tenha se afastado deles e passado a defender o prefeito das acusações de envolvimento no assassinato. Procurada pela SIP, ela não quis dar entrevista.

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