20 de novembro de 1997
Caso: Ernesto Acero Cadena
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Juiz absolve suspeitos do assassinato de Ernesto Acero Cadena:
1 de abril de 2001
Diana Calderón
Ernesto Acero Cadena foi assassinado em Armenia, capital de Quindío, Colômbia, em 12 de dezembro de 1995. Tinha 59 anos e trabalhava para o jornal El Informador Socioeconómico. Tinha trabalhado como repórter nas emissoras de rádio nacionais Todelar e Radio Súper, onde denunciava a corrupção na política local e o congressista Carlos Oviedo Alfaro.
O tribunal criminal de Armenia absolveu em 14 de junho de 2000 Juan Carlos Henao, acusado de ter executado o crime. Mas a promotora da investigação, Piedad Arcila, não recorreu à decisão do juiz, apesar de ter apresentado um caso forte e ter pedido a condenação. O caso continua sem solução.
Um homem que se identificou como Rubén Darío Grisales declarou que tinha sido testemunha ocular do crime e que chegou a tentar pegar o assassino, mas que deixou cair a arma durante a perseguição e que o assassino escapou durante a confusão. Durante um reconhecimento de suspeitos, a testemunha não hesitou em apontar o suposto assassino, Jorge Iván Obando, que ficou detido temporariamente. Mas descobriu-se mais tarde que a testemunha havia usado um nome falso.
O procurador-geral Eduardo Mesa, da Unidade de Direitos Humanos da Procuradoria-Geral da Colômbia, decidiu interrogar a própria testemunha, que, em uma segunda declaração, usou seu verdadeiro nome, Juan Carlos Henao. Depois de vários testes, Mesa chegou à conclusão de que Henao era na verdade o assassino.
Henao era guarda-costas e havia trabalhado na campanha do ex-congressista Oviedo. Outras declarações, entre elas a de Alfonso José Jiménez, membro da divisão de investigações secretas da polícia, confirmaram a verdadeira identidade de Henao. Jiménez declarou também que dias antes do assassinato, o policial Edgar Gamboa havia lhe contado sobre planos de um assassinato pelo qual seriam pagos 40 milhões de pesos. Gamboa foi demitido e posteriormente assassinado em uma discoteca de Bogotá.
Henao teria dito ao procurador-geral: "Se você me tirar dessa, eu lhe conto como foram encomendados os assassinatos de Acero Cadena e Jairo Elías Márquez" (que foi assassinado em 20 de novembro de 1997). Ao libertar Henao, o juiz frustrou qualquer possibilidade de se provar que Oviedo foi o mandante do assassinato.
Os privilégios de Oviedo como congressista foram suspensos e as acusações contra ele foram enviadas ao Supremo Tribunal, que lida com acusações contra legisladores. Um elemento considerado na investigação foi o fato de que Oviedo havia fundado o Diario de Colombia em Quindío e havia oferecido trabalho a Acero Cadena, o qual, na ocasião, trabalhava para o jornal La Crónica, de Armenia. O jornalista recusou a oferta e continuou fazendo suas críticas ao congressista.
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