Embora o pistoleiro Antônio Medeiros, o Alemão, 40 anos, tenha declarado ao ser preso na cidade de Teixeira de Freitas (BA) que teria matado o deputado Joaldo Barbosa em Aracaju e um homossexual na cidade de Canindé do São Francisco (radialista Zezinho Cazuza) representantes do Ministério Público (MP) que trabalharam no caso acreditam apenas que se trata de mais um assassino que estava a serviço do grupo ligado ao ex-prefeito Genivaldo Galindo, de Canindé do São Francisco, e que não altera nada com relação aos criminosos denunciados. A ação criminosa teria ocorrido a mando do agiota Floro Calheiros, conhecido como Ricardo Alagoano. Mesmo assim, a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP) designou o delegado Cristiano Barreto para ouvir as declarações do pistoleiro em Salvador.

Com relação ao crime do radialista, o tratorista José de Adolfo confessou que fez os disparos a mando do ex-prefeito Galindo. Ainda de acordo com ele, a arma utilizada no crime estava enterrada no quintal da casa onde morava em um povoado, na rodovia de acesso a Paulo Afonso. A própria mulher de Zé de Adolfo apontou o local onde a arma estava escondida. Somente durante a instrução do processo é que o matador passou a apresentar outras versões, mas acabou sendo denunciado, julgado e condenado a 20 anos de prisão. Na época, Floro Calheiros já era responsabilizado pela morte da própria mulher que estava grávida de oito meses. Ele suspeitava de traição e o acidente automobilístico fatal teria sido mais uma trama criminosa.

Com relação ao assassinato do deputado Joaldo Barbosa, a polícia apontou como sendo o homem que fez os disparos Dorgival dos Santos, que também foi julgado e condenado e cumpre pena em um presídio no Estado da Bahia, por causa das ameaças de morte. O único fato que não ficou bem claro é quanto à identidade do homem que estava em uma motocicleta e que deu fuga ao atirador, após o crime praticado no bairro Atalaia. “Seria então o tal Alemão? A essa altura quem sabe?”, comentou um agente que chegou a trabalhar por um certo tempo com a equipe de policiais que procuravam Floro Calheiros. O detalhe é que durante as investigações das mortes de Joaldo Barbosa e Zezinho Cazuza em nenhum momento foi citado o nome do matador Alemão.

Enquanto os crimes eleitorais e os encomendados por Floro e Galindo eram investigados, várias autoridades sofreram ameaças, entre as quais o promotor Deijaniro Jonas Filho. Quanto a Floro, o pistoleiro disse que sempre esteve em Teixeira de Freitas cercado de uma dezena de pistoleiros.