Durante seu depoimento ao juiz Marcos Bandeira, Sarmento negou sua participação no crime. Disse que conheceu Oliveira quando estava preso em Itabuna, devido à morte de um policial. O jornalista também teria sido detido, por motivos que ele desconhecia, e Sarmento lhe ofereceu água. Relatou como fugiu do presídio porque ali se sentia ameaçado e usado pela polícia e pelos bandidos. Dali, foi para Alcobaça, Mucuri e depois para Itaquaquecetuba, em São Paulo, onde se encontrava até então. Trabalhou na venda de produtos de uma loja e de uma drogaria. No dia em que Oliveira foi assassinado, segundo ele, estava trabalhando na farmácia Drogalis São Miguel, em São Paulo.

Sarmento admitiu conhecer a ex-secretária de governo Maria Alice Araújo Pereira porque foi cobrador e motorista de sua empresa de ônibus Nossa Senhora de Fátima. E também conhece o ex-policial civil Pedro Roberto Santos Figueiredo, mas disse que ele o hostilizava muito. Negou que tivesse contato com Mozart Brasil (recentemente condenado pelo assassinato de Leal) e Thomaz Iracy Guedes (inocentado do crime).

Ele colocou em dúvida a acusação feita pelo policial Figueiredo de que o taxista conhecido como Popó teria comentado que transportara Sarmento, no dia do crime, para a casa da secretária Maria Alice Araújo Pereira. Disse que Popó (já falecido) era seu amigo e não falaria isso.

Disse que as testemunhas que o reconheceram o confundiram com outra pessoa. Lembrou também que na época em que foi condenado à prisão pelo outro homicídio trabalhava como chefe de iluminação pública do governo do então prefeito Fernando Gomes de Oliveira. Coincidentemente, Burgos, que é atual advogado de Sarmento, também trabalhou como secretário de Administração e em maio de 1998 foi nomeado Procurador Geral do Município de Itabuna durante a gestão do ex-prefeito Oliveira, e da secretária Maria Alice Araújo Pereira.

Sarmento vai ficar no Presídio de Ilhéus. No dia 23 de outubro vai acontecer a audiência para ouvir as testemunhas de defesa do acusado.